Aniversário de João Pessoa: homenagem ao Cinema Paraibano



04 de Agosto de 2014


Com uma grande produção de documentários, o estado da Paraíba foi um grande produtor durante o cinema novo

Aniversário de João Pessoa: homenagem ao Cinema Paraibano



Dia 05 de agosto é aniversário de João Pessoa, capital da Paraíba, e para comemorar a data preparamos uma retrospectiva do Cinema Paraibano. Ainda no século XIX, Nicola Maria Parente, um imigrante europeu, começou a realizar as primeiras projeções de cinema na capital do estado, durante a "Festa das Neves". Cinco anos mais tarde, Mário Quineau, então diretor da empresa Nordeste Brasil, começou a exibir filmes regularmente no Teatro Santa Roza, mas foi apenas em 1907 que os primeiros filmes de ficção chegaram a João Pessoa.

As primeiras produções nascidas na Paraíba começaram em 1918, tendo como realizador Pedro Tavares, que era fotógrafo do Governo do Estado e fez os primeiros registros de obras governamentais. Mas o Cinema Paraibano começou a consolidar-se mesmo no ano de 1923, com o lançamento de "Carnaval Paraibano e Pernambucano", realizado por Walfredo Rodriguez. Em 1924, o cineasta começa a rodar "Sob o Céu Nordestino", que só foi concluído em 1928 e é considerado pela crítica como um marco etnológico do cinema brasileiro, por ter sido o pioneiro a retratar a cultura nordestina sem a ótica do exoterismo. Walter Rodriguez é considerado o pai do Cinema na Paraíba e de sua obra restaram apenas fragmentos mais tarde utilizados por Wladimir Carvalho, em "Homem de Areia" (1982).

Apenas com o fim da década de 50 o cinema voltou a ser pauta na Paraíba, principalmente com o nascimento de uma nova cinematografia no Brasil, o Cinema Novo. Entre 59 e 60, foi realizado o filme "Aruanda", de Linduarte Noronha, marco de deflagração do Ciclo do Documentário Paraibano, que se estendeu até 1979. "Aruanda" significou a inserção do cinema realizado na Paraíba no cenário nacional, impulsionando a produção no estado, principalmente de filmes documentais. Desta safra, surgiram nomes como Wladimir Carvalho ("O País de São Saruê" - 1971), João Ramiro de Melo ("Romeiros da Guia" - 1962) e Ipojuca Pontes ("Os Homens do caranguejo" - 1968), entre outros.

Após o Ciclo do Documentário Paraibano muitos cineastas migraram para outros estados, fazendo com que as produções diminuíssem, quase se anulando. Mas ao mesmo tempo, em um movimento contrário, a cultura e a literatura da Paraíba acabaram atraindo cineastas vindos de outros estados, o que resultou em 3 famosos longas de ficção: "Menino de Engenho" (1965), de Walter Lima Jr., feito a partir da obra de José Lins do Rego; "Soledade" (1976), de Paulo Thiago inspirado em "A Bagaceira", de José Américo de Almeida; e "Fogo Morto" (1976), rodado por Marcos Farias, adaptação da obra homônima de José Lins do Rego. Atualmente, a produção cinematográfica do estado se concentra na realização de curtas-metragens.